segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Prisioneiro em mim?

 Sem dúvida que hoje tenho um lado de mim preso a um estado de alma caloroso, frio, inerte. Talvez não seja bem um estado de alma, e talvez não seja só um lado. Talvez sejam os dois. O corpo inteiro, a carne e o espírito. Não me importo!

Não tenho que pedir desculpa porque sinto, se sinto e pelo que sinto. E vocês? Já pararam para sentir. Apenas sentir. Sem mais nada, sem perguntar, sem pensar, com a certeza de que não vai surgir nenhuma resposta inoportuna porque não se fazem perguntas. Talvez...  

Por ter apenas só um lado de mim preso, é que de vez em quando resolvo apenas sentir, e, de quando em vez, resolvo apenas ser inoportuno. Quando se tudo se renova e começa de novo, ficamos com a noção do muito que ficou para trás.

Muitas vezes não é o que deixamos, senão o que vamos encontrar numa nova temporada. Acho, muito francamente, que a vida é feita de etapas e que por muito complicadas que sejam, são feitas para nos meter à prova e depende de nós ultrapassar cada uma delas, com um aprendizado qualquer.

Neste momento procuro o aprendizado de uma fase minha, sei o que está mal feito, o que está bem feito e sei também os pontos que estão por resolver por medo, porque tem sido mais confortável meter a cabeça na areia e esperar que tudo se resolva com o tempo.

Diz-se que o tempo coloca tudo  no lugar certo. Não sei se será assim, mas sei que regressado de uns dias fora, é altura de, ainda que lentamente, começar de novo, e aos pouco começar a desenterrar a cabeça da areia. 

Acho que é a melhor opção, ainda que o meu coração fique apertado.

M | Ribeiro Henriques

“Há ideias e factos, que são portadores de futuro”
|Coimbra, 12/09/2011|