segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Instantes de tamanho maior


Estive a noite toda meio acordado, meio a dormir. A pensar em mim. Nas imensas dúvidas que tenho sobre muitas coisas, nos sonhos, nas vontades, naquilo em que acredito. As coisas em que acredito hoje, são as mesmas em que acredito há muito tempo. Mas a verdade é que, de vez em quando, vou mudando de opinião, vou adaptando a minha realidade à realidade do resto do mundo.

Não sei se gosto disso, mas não tenho que ficar agradado, tenho que crescer!

Mas exijo que todos cresçam à volta. Honestamente acho-me enorme. Gigante mesmo. Não gosto de falsa modéstia nem tenho nenhuma razão para a sentir. Tenho muitíssimo orgulho em mim, no que faço, no meu caminho, mas tenho imensas frustrações. Quem não as tem? Todos!

O que precisamos é aprender a lidar com elas, acreditar que amanhã serão apenas pontos de riso no meu caminho. E, eu sou daqueles que acredita que o caminho, faz-se caminhando. Não tive a noite inteira para chegar a esta conclusão, mas não custar perder parte da noite a pensar que é assim que o caminho se faz: caminhando, não correndo! E muitas vezes dando um passo atrás, para ganhar impulso.

Há vezes em que vou na rua e paro. Um instante, um simples instante e meto-me a pensar no que seria a minha vida se por acaso não tivesse parado naquele instante. Foi um segundo, mas o segundo que muda tudo. Olho para as pessoas e imagino-as na sua rotina. Uma rotina voluntária, e outras nem por isso. Ontem à noite, agarrei em mim e, arrisquei no carro recuar no tempo. Inventar segundos que não deviam ter acontecido.

O meu carro percorreu as ruas de Leiria, enfim… que marcaram alguns instantes meus.
Sou nostálgico, sou romântico, sou absolutamente arrasador no que toca a sentimentos e não consegui segurar lágrimas e risos quando passei as ruas, olhei lugares, fixei fachadas. Que estranho, todas têm uma fase e uma história. 

Sou também saudosista, por isso parei instantes e segundos porque achei que aquele momento valia a pena. Ri-me sozinho no carro, com aventuras tidas debaixo desses cenários.

Depois segui. Estacionei o carro, subi as escadas. Tranquei a porta, na verdade parei na rua, para me sentir a andar nela. Estranho não é? Mas talvez seja assim a vida das pessoas que observamos todos os dias e que as achamos Felizes.

M | Ribeiro Henriques

“Há ideias e factos, que são portadores de futuro”
|Coimbra, 14/11/2011|