Estive
a noite toda meio acordado, meio a dormir. A pensar em mim. Nas imensas dúvidas
que tenho sobre muitas coisas, nos sonhos, nas vontades, naquilo em que
acredito. As coisas em que acredito hoje, são as mesmas em que acredito há
muito tempo. Mas a verdade é que, de vez em quando, vou mudando de opinião, vou
adaptando a minha realidade à realidade do resto do mundo.
Não
sei se gosto disso, mas não tenho que ficar agradado, tenho que crescer!
Mas exijo
que todos cresçam à volta. Honestamente acho-me enorme. Gigante mesmo. Não
gosto de falsa modéstia nem tenho nenhuma razão para a sentir. Tenho muitíssimo
orgulho em mim, no que faço, no meu caminho, mas tenho imensas frustrações.
Quem não as tem? Todos!
O
que precisamos é aprender a lidar com elas, acreditar que amanhã serão apenas pontos
de riso no meu caminho. E, eu sou daqueles que acredita que o caminho, faz-se
caminhando. Não tive a noite inteira para chegar a esta conclusão, mas não
custar perder parte da noite a pensar que é assim que o caminho se faz:
caminhando, não correndo! E muitas vezes dando um passo atrás, para ganhar
impulso.
Há
vezes em que vou na rua e paro. Um instante, um simples instante e meto-me a pensar
no que seria a minha vida se por acaso não tivesse parado naquele instante. Foi
um segundo, mas o segundo que muda tudo. Olho para as pessoas e imagino-as na
sua rotina. Uma rotina voluntária, e outras nem por isso. Ontem à noite,
agarrei em mim e, arrisquei no carro recuar no tempo. Inventar segundos que não
deviam ter acontecido.
O
meu carro percorreu as ruas de Leiria, enfim… que marcaram alguns instantes
meus.
Sou
nostálgico, sou romântico, sou absolutamente arrasador no que toca a
sentimentos e não consegui segurar lágrimas e risos quando passei as ruas,
olhei lugares, fixei fachadas. Que estranho, todas têm uma fase e uma
história.
Sou
também saudosista, por isso parei instantes e segundos porque achei que aquele
momento valia a pena. Ri-me sozinho no carro, com aventuras tidas debaixo
desses cenários.
Depois
segui. Estacionei o carro, subi as escadas. Tranquei a porta, na verdade parei
na rua, para me sentir a andar nela. Estranho não é? Mas talvez seja assim a
vida das pessoas que observamos todos os dias e que as achamos Felizes.
M | Ribeiro Henriques
“Há ideias e factos, que são portadores de futuro”
|Coimbra, 14/11/2011|